Nem todo anime é feito para ser entendido de primeira. Alguns mergulham tão fundo em simbolismos, narrativas não lineares e conceitos filosóficos que assistir uma vez só não basta. Nesta lista, reunimos 10 animes confusos que desafiam a interpretação simples — obras que instigam, desconcertam e continuam a provocar debates anos após sua estreia. Se você gosta de histórias que mexem com a mente, prepare-se para encarar esses verdadeiros quebra-cabeças animados.
10. Angel’s Egg

- Nota MAL: 7.71
- Ano: 1985
- Estúdio: Studio Deen
- Episódios: 01 (OVA)
Poucos animes são tão enigmáticos quanto Angel’s Egg. Com quase nenhum diálogo e uma narrativa visual profundamente simbólica, a obra mergulha o espectador em um universo pós-apocalíptico sombrio, onde uma jovem guarda um misterioso ovo como se fosse a última esperança do mundo. No entanto, tentar entender o que está acontecendo é como decifrar um sonho antigo — tudo parece cheio de significado, mas escapa entre os dedos.
Além disso, a direção de Mamoru Oshii (o mesmo de Ghost in the Shell) não entrega respostas fáceis. Temas religiosos, existenciais e até autobiográficos estão presentes, mas nunca de forma explícita. Assim, Angel’s Egg se torna uma experiência contemplativa mais do que uma narrativa tradicional, desafiando a própria ideia do que um anime pode ser.
09. Boogiepop Phantom
- Nota MAL: 7.15
- Ano: 2000
- Estúdio: Madhouse
- Episódios: 12
No início, Boogiepop Phantom parece um típico anime de mistério urbano, mas logo se revela algo bem mais complexo. A estrutura fragmentada e a narrativa não linear fazem com que cada episódio pareça uma peça desconectada de um quebra-cabeça maior. No entanto, à medida que se avança, percebe-se que tudo está interligado — só que em camadas quase imperceptíveis.
O anime exige atenção aos mínimos detalhes e paciência para reunir as peças. Além disso, personagens que parecem secundários em um episódio podem ser centrais em outro, o que reforça a sensação de que nada é o que parece. Assim, Boogiepop Phantom vira quase uma experiência investigativa, onde o espectador precisa montar a verdade sozinho.
08. The Tatami Galaxy
- Nota MAL: 8.55
- Ano: 2010
- Estúdio: Madhouse
- Episódios: 11
A primeira coisa que chama atenção em The Tatami Galaxy é seu ritmo acelerado. O protagonista narra sua história em um fluxo quase ininterrupto de pensamentos, o que já torna tudo mais caótico. Mas o verdadeiro desafio está na estrutura repetitiva da trama: a cada episódio, ele recomeça sua vida universitária de uma forma diferente, buscando uma versão ideal.
No entanto, longe de ser apenas uma comédia sobre arrependimentos e escolhas, a série mergulha em questões existenciais e filosóficas. Além disso, a estética surreal e o uso de metáforas visuais complexas tornam cada episódio uma viagem única — às vezes hilária, às vezes angustiante. The Tatami Galaxy é confuso, sim, mas de forma brilhante.
07. Texhnolyze
- Nota MAL: 7.75
- Ano: 2003
- Estúdio: Madhouse
- Episódios: 22
Assistir Texhnolyze é como caminhar em uma cidade subterrânea sem luz: cada passo revela algo novo, mas também mais desespero. A série aposta em um silêncio incômodo e diálogos escassos para criar uma atmosfera densa e sufocante. Assim, os espectadores são forçados a observar e sentir antes de entender.
No entanto, esse desconforto não é gratuito. A trama aborda a decadência humana, a tecnologia como maldição e o colapso da sociedade com uma frieza perturbadora. Além disso, os personagens muitas vezes agem de forma imprevisível, o que aumenta a sensação de desorientação. Texhnolyze não quer ser compreendido de imediato — ele quer ser absorvido.
06. Ergo Proxy
- Nota MAL: 7.90
- Ano: 2006
- Estúdio: Manglobe
- Episódios: 23
Ergo Proxy mistura cyberpunk, filosofia existencialista e mistérios de identidade em um mundo decadente. A premissa é simples: uma inspetora investiga crimes cometidos por robôs autoconscientes. Mas, a partir daí, a trama toma rumos inesperados e mergulha em dilemas sobre o que significa ser humano.
Além disso, o anime transita entre o real e o psicológico de forma tão fluida que muitas vezes não sabemos onde termina o mundo externo e começa o interno. No entanto, é justamente essa ambiguidade que torna a série tão fascinante. Ergo Proxy é confuso, sim, mas porque suas perguntas não têm respostas fáceis — e talvez nem tenham respostas.
Os melhores animes confusos que desafiam a interpretação – Top 05
05. Fooly Cooly
- Nota MAL: 8.04
- Ano: 2000-2001
- Estúdio: Gainax, Production I.G
- Episódios: 06
Se alguém disser que entendeu Fooly Cooly na primeira vez que assistiu, provavelmente está mentindo. A série é um caos estilizado de guitarras voadoras, robôs saindo da testa e metáforas adolescentes absurdas. No entanto, por trás de toda essa loucura, existe uma história sobre amadurecimento e confusão emocional.
Além disso, o ritmo frenético, as mudanças de estilo de animação e a trilha sonora energética da banda The Pillows deixam tudo ainda mais imprevisível. Mas é justamente esse excesso de estímulos que faz com que cada episódio diga mais do que parece. FLCL é como a adolescência: sem sentido à primeira vista, mas carregada de sentimentos reais.
04. Paprika
- Nota MAL: 8.04
- Ano: 2006
- Estúdio: Madhouse
- Episódios: 01 (Filme)
Com Paprika, Satoshi Kon nos leva para um mundo onde sonhos e realidade se misturam sem fronteiras. A história gira em torno de um dispositivo que permite invadir sonhos, mas isso é apenas o ponto de partida para uma espiral de imagens surreais e transições impossíveis.
No entanto, tentar entender Paprika apenas pela lógica linear é inútil. Além disso, o filme propõe uma reflexão sobre identidade, controle e imaginação em tempos de tecnologia invasiva. O visual é deslumbrante, sim, mas o que realmente marca é a sensação de estar preso em um sonho vívido demais para ser explicado.
Os melhores animes confusos que desafiam a interpretação – Top 03
03. Paranoia Agent
- Nota MAL: 7.66
- Ano: 2004
- Estúdio: Madhouse
- Episódios: 13
O que começa como um mistério envolvendo um garoto de patins atacando pessoas rapidamente se transforma em algo muito mais estranho. Paranoia Agent quebra todas as expectativas de narrativa ao desconstruir seus personagens e expor suas neuroses mais profundas.
Além disso, Satoshi Kon novamente desafia o espectador com mudanças de tom, realidades sobrepostas e episódios que parecem desconexos — mas que, no fim, formam um retrato sombrio da sociedade moderna. No entanto, quanto mais se tenta entender o que é real, mais a série escapa pelas frestas da sanidade.
02. Serial Experiments Lain
- Nota MAL: 8.09
- Ano: 1998
- Estúdio: Triangle Staff
- Episódios: 13
Com estética minimalista e atmosfera desconcertante, Serial Experiments Lain é uma viagem pela tecnologia, identidade e consciência. Lain, a protagonista, começa a questionar a própria existência à medida que mergulha na Wired — uma rede digital que se mistura com o mundo real.
No entanto, a série não se preocupa em explicar nada de forma direta. Além disso, a narrativa é fragmentada, cheia de ruídos, glitches e silêncios que criam mais perguntas do que respostas. Lain é um daqueles animes que exigem várias assistidas — e mesmo assim, talvez você nunca chegue a uma conclusão definitiva.
01. Neon Genesis Evangelion
- Nota MAL: 8.36
- Ano: 1995-1996
- Estúdio: Gainax, Tatsunoko Production
- Episódios: 26
O que parecia ser apenas mais um anime de mechas logo se revela um mergulho profundo em traumas, filosofia e a fragilidade humana. Neon Genesis Evangelion quebra as convenções do gênero ao colocar seus pilotos em espirais de depressão, isolamento e dúvida existencial.
No entanto, é no final da série — especialmente nos dois últimos episódios — que a confusão atinge o ápice. Além disso, o simbolismo religioso, as referências psicanalíticas e a quebra da narrativa linear transformam Evangelion em algo mais do que uma história: é um confronto direto com o eu. Amar ou odiar é fácil, entender de verdade… nem tanto.
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