A discussão sobre a presença de conteúdos envolvendo sexualização de menores em obras fictícias voltou à tona no Japão. Dessa vez, a ONU, por meio de sua relatora especial para o tráfico de menores, Maud de Boer-Buquicchio, fez um apelo direto ao governo japonês solicitando a proibição de mangás e ilustrações com tema l0li — mesmo quando os personagens são virtuais.
- Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku o! – Anime ganha trailer
- Nanatsu no Taizai – Anime ganha trailer dublado pela Netflix
Segundo a representante, embora o país tenha avançado em legislações que penalizam a posse e distribuição de pornografia infantil real, ainda existem lacunas na lei que permitem a comercialização de materiais gráficos com personagens que, apesar de fictícios, representam menores de idade em situações sexuais ou sugestivas.
Debate entre liberdade artística e proteção infantil

Ainda que o tema divida opiniões, boa parte dos artistas e autores de mangás se posiciona contra a proibição. Para eles, a linha entre liberdade de expressão e conteúdo criminoso é tênue, além de ser difícil estabelecer critérios objetivos que não afetem negativamente a produção cultural.
Contudo, ONGs locais e ativistas argumentam que materiais com personagens infantis em roupas de banho e poses provocativas alimentam um mercado preocupante. Embora tais conteúdos não mostrem genitais — e por isso escapem da atual legislação —, o objetivo de excitação sexual estaria claro, conforme apontado por especialistas.

De fato, conforme dados oficiais, o Japão registrou 1.828 casos de pornografia infantil no último ano, envolvendo 746 crianças. Portanto, a ONU acredita que permitir essas representações gráficas pode manter uma cultura de tolerância perigosa.
E agora, o que pensar?
Afinal, a polêmica levanta questões complexas: até que ponto a ficção deve ser regulamentada? Proibir o l0li é censura ou proteção legítima? Enquanto o Japão decide seus próximos passos, queremos saber sua opinião: mangás com l0lis devem ser banidos ou não?
Para acompanhar mais notícias e debates como este, siga o AnimeNew no WhatsApp e também no Instagram.
Fonte: Exame