A Capcom decidiu apostar em novos rumos para o terror da franquia Resident Evil e deixou de lado um de seus personagens mais icônicos. Leon S. Kennedy, veterano da série, não será o protagonista do aguardado Resident Evil Requiem, e o motivo oficial foi finalmente revelado. A decisão, de acordo com a empresa, tem relação direta com a proposta narrativa do jogo e o perfil emocional necessário para sustentar o horror da trama.
Grace Ashcroft, uma analista do FBI que se assusta com facilidade, foi escolhida como protagonista para aproximar a experiência do jogador da sensação de vulnerabilidade e medo. Já Leon, segundo a Capcom, é experiente demais para causar empatia nesse tipo de contexto, o que o tornaria, nas palavras do diretor Koshi Nakanishi, “uma má escolha para o terror”.
Grace representa um novo tipo de protagonista em Resident Evil Requiem
A escolha de Grace Ashcroft marca uma mudança clara de tom na franquia. Introvertida e emocionalmente suscetível, a nova protagonista não é uma combatente pronta desde o início. Ela sente medo, hesita diante do desconhecido e cresce ao longo da jornada. Ao mesmo tempo, é uma agente federal experiente, com treinamento técnico e capacidade de reação racional em momentos de crise.
Esse equilíbrio entre fragilidade emocional e competência profissional é a chave para o clima de terror psicológico que a Capcom pretende entregar em Requiem. O objetivo, segundo Nakanishi, é fazer com que o jogador se reconheça no medo da personagem e não apenas o observe de fora, como aconteceria com um herói mais confiante e invulnerável.
Capcom não se esqueceu de Leon
Durante o Capcom Spotlight 2025, o diretor Koshi Nakanishi respondeu diretamente às especulações sobre a ausência de Leon. De acordo com ele, apesar de tentativas internas de encaixar o personagem na história, a equipe concluiu que sua presença não combinaria com o tipo de terror buscado.
“Pensamos várias vezes em tornar o Leon protagonista, mas é difícil construir um jogo de terror ao redor dele. Ele não se assustaria nem com um balde caindo”, afirmou o diretor. A fala resume o problema: Leon é um herói consolidado, e justamente por isso, não transmite a vulnerabilidade essencial para uma narrativa de medo crescente.
Trailer sugere conexão com o passado e reacende teorias
Mesmo com a ausência de Leon como protagonista, o primeiro trailer de Requiem contém elementos que acenam para sua possível aparição. Fãs mais atentos notaram a presença da van do personagem em meio às ruínas do Departamento de Polícia de Raccoon City, o que alimentou teorias sobre uma participação secundária ou até mesmo jogável em determinados trechos.
A Capcom, até o momento, não confirmou nem negou essa possibilidade. No entanto, o fato de o próprio diretor comentar sobre Leon durante uma apresentação oficial já indica que a discussão faz parte da estratégia de comunicação da empresa.
Uma nova direção para o terror da franquia
Nos últimos anos, Resident Evil tem oscilado entre ação intensa e horror atmosférico. Com Requiem, a Capcom sinaliza um retorno mais firme ao terror psicológico, priorizando a construção de tensão, o desconhecido e o crescimento emocional dos personagens.
A escolha de Grace reflete esse novo direcionamento. A proposta é simples, mas ambiciosa: colocar o jogador para sentir o medo de perto, com uma protagonista que se assusta, que treme, mas que precisa agir como qualquer um de nós faria em um cenário de sobrevivência extrema.
Resident Evil Requiem será lançado em 27 de fevereiro de 2026 para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.