A Nintendo conquistou uma patente nos Estados Unidos que reacendeu debates sobre propriedade intelectual na indústria dos games. O registro, concedido pelo USPTO, descreve um sistema em que jogadores podem invocar companheiros controlados por inteligência artificial para batalhar ou explorar cenários. Embora a mecânica pareça familiar a fãs de Pokémon e outros RPGs, o fato de agora estar protegida legalmente levantou questionamentos sobre originalidade e possíveis barreiras à inovação.
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Especialistas apontam que a decisão abre precedentes preocupantes, já que mecânicas similares são usadas há décadas em diferentes franquias. Para críticos, a patente pode servir menos como proteção e mais como instrumento de pressão sobre concorrentes, especialmente estúdios independentes que desenvolvem títulos com conceitos próximos.

O que a patente garante à Nintendo
De acordo com o documento oficial, a Nintendo detém agora os direitos sobre um sistema de invocação no qual o personagem auxiliar reage a comandos diretos do jogador. Caso não haja inimigos, esse companheiro pode se mover de forma livre pelos cenários, mantendo a imersão da experiência. A ideia dialoga diretamente com Pokémon, mas também se aplica a outros universos da empresa, como Pikmin.
Por que a decisão é polêmica?
Muitos profissionais da área veem a aprovação como um “erro” do sistema de patentes. O advogado Kirk Sigmon, especialista em propriedade intelectual, afirmou que o USPTO analisou o pedido de maneira superficial e que a concessão cria uma “sombra” sobre a indústria. Ele reforça que o conceito não é novo e já foi explorado por diversos jogos anteriores. Outros advogados acrescentam que, apesar de registrada, a patente pode não resistir em tribunais caso a Nintendo decida processar concorrentes.

Histórico de disputas da Nintendo
A empresa japonesa já protagonizou diversas batalhas legais contra desenvolvedoras que lançaram jogos com mecânicas semelhantes às suas franquias. O caso mais recente envolve Palworld, que possui criaturas colecionáveis e sistemas de combate próximos aos vistos em Pokémon. Com a nova patente, a Nintendo fortalece seu arsenal jurídico, ampliando a possibilidade de questionar judicialmente até produções independentes que façam uso de sistemas parecidos.
Riscos para os estúdios independentes
Para grandes companhias, enfrentar um processo judicial pode ser custoso, mas viável. Já para estúdios menores, a ameaça de litígios funciona como barreira criativa e financeira. Desenvolvedores podem evitar incluir certas mecânicas em seus jogos apenas para escapar de potenciais disputas. Esse cenário levanta preocupações sobre a limitação da liberdade criativa e o impacto direto no mercado de RPGs e títulos de ação.

O futuro dos RPGs diante da patente
Ainda é incerto como a Nintendo vai usar esse registro. Há quem acredite que a companhia só busca proteger suas propriedades intelectuais, mas também há quem enxergue a medida como forma de desestimular a concorrência. O fato é que a indústria precisará acompanhar de perto os próximos movimentos, já que qualquer ação jurídica baseada nessa patente pode redefinir a forma como sistemas clássicos de RPG são implementados.
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