As primeiras análises de Wuchang: Fallen Feathers chegaram ao Metacritic e mostram que o novo soulslike da desenvolvedora chinesa Leenzee Games não passou despercebido pelos críticos. Com destaque para um combate veloz e sistema de habilidades inovador, o jogo também sofre críticas quanto à narrativa confusa, chefes pouco marcantes e problemas técnicos recorrentes.
Com uma proposta que mistura mitologia chinesa e ambientação sombria durante a Dinastia Ming, o título tenta oferecer algo além da fórmula consagrada pelos jogos da FromSoftware. No entanto, a execução deixa brechas importantes que comprometem a experiência completa.
Combate rápido e sistema de habilidades se destacam na jogabilidade
Entre os pontos mais elogiados por sites como IGN, está o ritmo acelerado do combate. Wuchang, a protagonista do jogo, conta com movimentos ágeis, esquivas eficientes e a possibilidade de alternar entre estilos de armas com apenas um botão. A variedade de seis tipos de armamento transforma completamente o estilo de luta, permitindo abordagens baseadas em dano, alcance ou velocidade.
Além disso, o sistema de progressão foge do tradicional modelo de pontos de atributo. Em vez disso, o game oferece uma árvore de habilidades robusta, com melhorias ativas e passivas que evoluem conforme o jogador avança. A sensação de progresso constante mantém o desafio equilibrado e recompensa quem explora diferentes abordagens táticas.
Outro diferencial está no sistema de Corrupção. Derrotar humanos faz com que Wuchang acumule um tipo de energia negativa que, em excesso, gera um poderoso inimigo no ponto onde a experiência foi perdida. Essa mecânica adiciona uma camada estratégica à jornada, além de inovar dentro de um formato já consolidado.
Narrativa vaga e exploração frustrante prejudicam a imersão
Apesar da jogabilidade competente, Wuchang: Fallen Feathers tropeça feio quando o assunto é narrativa. A história da pirata Wuchang, amaldiçoada por uma doença chamada Plumagem, apresenta um enredo promissor, mas falha em envolver o jogador. Os diálogos são enigmáticos ao extremo e os NPCs não contribuem para a construção de um mundo coerente.
A progressão narrativa sofre com a falta de contexto claro e com revelações pouco impactantes. As respostas surgem de maneira rasa, minando o interesse em aprofundar-se nos mistérios da ilha de Shu. A ambientação, embora inspirada em um rico folclore oriental, não consegue sustentar o peso dramático que o enredo exige.
A exploração também é alvo de críticas. Mesmo com cenários interconectados, o level design confuso e a ausência de um mapa funcional dificultam a navegação. Há uma bússola que aponta objetivos, mas ela se mostra ineficaz em ambientes verticais e complexos. O resultado é uma experiência que muitas vezes frustra em vez de instigar.
Visual caprichado na arte, mas comprometido na execução técnica
A direção de arte de Wuchang: Fallen Feathers acerta ao representar elementos culturais da China antiga. Os trajes, as criaturas mitológicas e os cenários revelam um cuidado com a estética, mas a parte técnica compromete essa beleza. Diversos elementos gráficos apresentam texturas em baixa resolução, falhas de renderização e animações datadas.
Essa diferença entre conceito e execução técnica é um dos pontos que mais afasta o jogo de outros títulos do gênero. Em um mercado competitivo, em que a imersão visual conta tanto quanto o gameplay, esses problemas visuais acabam pesando negativamente na avaliação final.
Um soulslike que tenta inovar, mas ainda precisa amadurecer
Apesar de não alcançar o nível de excelência de clássicos como Bloodborne ou Elden Ring, Wuchang: Fallen Feathers mostra um esforço legítimo em sair da sombra dos grandes nomes do gênero. Seu combate dinâmico, aliado a um sistema de habilidades criativo, entrega momentos de qualidade que podem agradar quem busca uma nova experiência soulslike.
Porém, os tropeços na narrativa, na construção dos chefes e na estrutura de exploração impedem que o jogo alcance seu potencial máximo. Ainda assim, ele pode surpreender jogadores dispostos a relevar as falhas e mergulhar em uma proposta diferente, mesmo que imperfeita.
Para quem acompanha o gênero e busca novas ideias, Wuchang: Fallen Feathers representa um passo ousado, mas que ainda precisa de ajustes para encontrar seu lugar entre os grandes.
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