No mundo dos animes e mangás, a várias notícias sobre o uso indevido de imagens por parte de plataformas de inteligência artificial tem gerado um grande debate. Recentemente, David Holz, fundador da Midjourney, uma plataforma de IA sediada em San Francisco, admitiu em entrevista que sua empresa extraiu cerca de 100 milhões de imagens da internet, muitas delas sem a devida permissão dos criadores oficiais.
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De acordo com as informações do site Petapixel, Holz revelou em uma entrevista à Forbes que ferramenta Midjourney utiliza conjuntos de dados abertos disponíveis na internet para treinar seu algoritmo.
“É apenas um grande download da internet. Usamos conjuntos de dados abertos que estão publicados e treinamos neles. E eu diria que é algo que 100% das pessoas fazem. Não fomos seletivos”, explicou ele.
Holz também afirmou que a Midjourney não buscou o consentimento dos artistas vivos ou das obras que ainda estão protegidas por direitos autorais. Holz argumenta que a falta de um método adequado de identificação dos direitos autorais das imagens é um dos principais desafios.
“Seria ótimo se as imagens tivessem metadados embutidos sobre o proprietário dos direitos autorais ou algo assim. Mas isso não existe; não há um registro”, comentou.
Ele ainda mencionou que a Midjourney está estudando uma forma de exclusão, mas ressaltou a dificuldade em identificar se uma pessoa é realmente o artista.
“Não encontramos ninguém que queira que seu nome seja removido do conjunto de dados que tenhamos conseguido encontrar”, completou.
Mesmo com a dificuldade em comprovar, a Midjourney utiliza obras de artistas conhecidos como Eiichiro Oda, criador de “One Piece”, e Masashi Kishimoto, entre outros. Os usuários da plataforma podem gerar arte de IA baseada nas obras desses artistas, o que tem gerado uma onda de controvérsias.
O que disse a associação de anime NAFCA ?
Recentemente, a associação de anime NAFCA se reuniu com a Magmix e os desenvolvedores de IA ética da Anime Chain. A Anime Chain defende que a inteligência artificial é inevitável e que os criadores devem liderar antes que grandes empresas de tecnologia monopolizem o campo.
Essa situação levanta importantes questões sobre os direitos dos artistas e o uso ético da inteligência artificial na criação de arte. Por fim, fica evidente a necessidade de encontrar um equilíbrio que proteja os direitos dos criadores originais.
Fonte: Forbes